segunda-feira, 26 de abril de 2010

Carta Aos Missionários - Biquini Cavadão



Composição: Marcelo Hayenna - Cal - Nilo Nunes

Missionários de um mundo pagão
Proliferando ódio e destruição
Vêm dos quatro cantos da terra
A morte, a discórdia
A ganância e a guerra
E a guerra...

Missionários e missões suicidas
Crianças matando
Crianças inimigas
Generais de todas as nações
Fardas bonitas, condecorações
Documentam na nossa história
O seu rastro sujo
De sangue e glória...

Missionários de um mundo pagão
Proliferando ódio e destruição
Vêm dos quatro cantos da terra
A morte, a discórdia
A ganância e a guerra
E a guerra...

Missionários e missões suicidas
Crianças matando
Crianças inimigas
Generais de todas as nações
Fardas bonitas, condecorações
Documentam na nossa história
O seu rastro sujo
De sangue e glória...

Vindo de todas as partes
Mas indo prá lugar algum
Assim caminha a raça humana
Se devorando um a um
Gritei para o horizonte
Ele não me respondeu
E então fechei os olhos, sua voz
Assim me bateu...

Na na na na na, oh oh, hei hei
Na na na na na, oh oh, hei hei

>>>>>>>>>>> O que acha desta letra?
Comente.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

VIOLÊNCIA


"Não existe uma definição consensual ou incontroversa de
violência. O termo é potente demais para que isso seja possível."
Anthony Asblaster
Dicionário do Pensamento Social do Século XX


Segundo o Dicionário Houaiss, violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como “a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis”. Mas os especialistas afirmam que o conceito é muito mais amplo e ambíguo do que essa mera constatação de que a violência é a imposição de dor, a agressão cometida por uma pessoa contra outra; mesmo porque a dor é um conceito muito difícil de ser definido.

Para todos os efeitos, guerra, fome, tortura, assassinato, preconceito, a violência se manifesta de várias maneiras. Na comunidade internacional de direitos humanos, a violência é compreendida como todas as violações dos direitos civis (vida, propriedade, liberdade de ir e vir, de consciência e de culto); políticos (direito a votar e a ser votado, ter participação política); sociais (habitação, saúde, educação, segurança); econômicos (emprego e salário) e culturais (direito de manter e manifestar sua própria cultura). As formas de violência, tipificadas como violação da lei penal, como assassinato, seqüestros, roubos e outros tipos de crime contra a pessoa ou contra o patrimônio, formam um conjunto que se convencionou chamar de violência urbana, porque se manifesta principalmente no espaço das grandes cidades. Não é possível deixar de lado, no entanto, as diferentes formas de violência existentes no campo.

A violência urbana, no entanto, não compreende apenas os crimes, mas todo o efeito que provocam sobre as pessoas e as regras de convívio na cidade. A violência urbana interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais, corrói a qualidade de vida das pessoas. Assim, os crimes estão relacionados com as contravenções e com as incivilidades. Gangues urbanas, pixações, depredação do espaço público, o trânsito caótico, as praças malcuidadas, sujeira em período eleitoral compõem o quadro da perda da qualidade de vida. Certamente, o tráfico de drogas, talvez a ramificação mais visível do crime organizado, acentua esse quadro, sobretudo nas grandes e problemáticas periferias.

Hoje, no Brasil, a violência, que antes estava presente nas grandes cidades, espalha-se para cidades menores, à medida que o crime organizado procura novos espaços. Além das dificuldades das instituições de segurança pública em conter o processo de interiorização da violência, a degradação urbana contribui decisivamente para ele, já que a pobreza, a desigualdade social, o baixo acesso popular à justiça não são mais problemas exclusivos das grandes metrópoles. Na última década, a violência tem estado presente em nosso dia-a-dia, no noticiário e em conversas com amigos. Todos conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência. Há diferenças na visão das causas e de como superá-las, mas a maioria dos especialistas no assunto afirma que a violência urbana é algo evitável, desde que políticas de segurança pública e social sejam colocadas em ação. É preciso atuar de maneira eficaz tanto em suas causas primárias quanto em seus efeitos. É preciso aliar políticas sociais que reduzam a vulnerabilidade dos moradores das periferias, sobretudo dos jovens, à repressão ao crime organizado. Uma tarefa que não é só do Poder Público, mas de toda a sociedade civil.

http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia/violencia.htm

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Culpa da maioria




Democracia significa que o poder está na mão do povo. Ou seja, a maioria escolhe quem vai governar o País. Só queria saber quem foi o idiota que deixou uma decisão tão importante na mão da maioria? Será que nunca leu um livro de história?

Foi sempre a maioria a grande responsável pelas desgraças. A maioria quis queimar a minoria que falava que a terra era redonda. A maioria gritou "crucifica" pra Jesus. A maioria, há décadas, dá audiência pra novela das oito. Alguma vez a maioria já fez alguma coisa digna?

A maioria quando vota está admitindo que não sabe de nada. Tanto é que precisam escolher alguém para liderá-los. Olha só em que mão estamos!

Pedir que a maioria escolha alguma coisa é o mesmo que pedir pro Chaves ir comprar ovos. Você sabe que vai dar merda, mas insiste em confiar a tarefa na mão de um incompetente completo.

Mas uma coisa que amo na democracia é a liberdade. Temos liberdade aqui no Brasil. Por exemplo, domingo agora eu sou livre para acordar e ser obrigado a votar. Senão vou preso. Tenho liberdade também pra escolher quem merece meu voto. Um cara que passou gritando num microfone na rua de casa ou um cara que encheu meu bueiro de papel. Também posso escolher o Lula por exemplo, que promteu acabar com a fome no País em um ano de governo (e nem toca mais no assunto) ou o Alckmin que deixou o PCC dominar as ruas (e nem toca no assunto).

Tenho o roto e o rasgado. O sujo e o encardido. E tenho liberdade pra escolher qual prefiro só apertando um botão. Não é maravilhoso morar nesse País?

Votaram no Serra pra governar a cidade de São Paulo. Ele saiu do cargo. Quem governa o Estado de São Paulo não é o Serra que ganhou as eleições, mas outro cara que ninguém votou. Acho que a maioria sabichona foi enganada. De novo.

Percebeu que no Brasil existem trilhões de partidos e todos falam exatamente a mesma coisa? Não é como nos USA por exemplo. Lá só existem os Republicanos e os Democratas. Cada um pensa diferente. Ou seja, a base da campanha lá são as idéias. Você tem uma ideologia e por isso escolhe o candidato de acordo com o que mais se encaixa com os seus valores. Aqui a base da campanha é a esmola. Não idéias. Os candidatos prometem uma porção de esmolas: "Eu vou fazer isso, te dar aquilo, e fazer isso". O que prometer mais esmolas leva a eleição. Ninguem aqui vota por um ideal, mas pelo o que mais vai se beneficiar. Ou seja, a maioria vota egoisticamente. Votam pra si, não pelo todo.

Eu adoro receber lição de moral das pessoas com "consciência política". Elas geralmente me condenam porque eu nunca voto em ninguém. Dizem que "se eu votar nulo não tenho o direito de reclamar depois". Eu já penso o contrário. Por eu votar nulo é que tenho todo direito de reclamar. Quem votou em alguém é que tem que aguentar todas essa desgraça de bico fechado. Eu voto nulo. Isso significa que eu não contribui nem um pouco pro sistema nem pra candidato nenhum. Você vota na Lula. Isso significa que o Lula está lá com sua corja porque você quis. Passa vaselina e aguenta de biquinho calado. A culpa é sua. Você quis assim.

Outra coisa que me dá o direito de reclamar o quanto eu quiser é que, mesmo não votando em candidato nenhum, tudo que eles fazem interferem na minha vida. Eu pago os impostos que aquele cara que eu não votei me obriga a pagar. Isso me dá o direito de reclamar. E reclamar não só do cara, mas também de idiotas como você que ajudou o cara a chegar lá.

Eu sou o cidadão que mais pode reclamar aqui. E você tem que me aturar.

E campanha política. Que merda é essa? O cara acha que merece meu voto só porque tirou uma foto de terno e imprimiu num papel com seu número de campanha. E você é o idiota que vota nele e o motiva a fazer isso nas próximas eleições novamente.

Vejo o Alckmin. Ele tem como único interesse ajudar a população. Mas aí o Lula ganha. E o Alckmin pega todos seus planos e guarda pra próxima eleição. Oras. Se o interesse do Alckmin é ajudar a população tanto quanto o Lula, porque ele não entrega seus planos pro Lula? E vice-versa?

Se tem tanta gente bem intencionada querendo ajudar, porque preciso escolher apenas um? Em Brasília deve ter uma sala grande o suficiente pra caberem mais de 10 presidentes não acham? Se tem dez pessoas querendo ajudar, deixa as dez que sejam presidentes. Quanto mais melhor!

Se um ônibus lotado atolar, e cinco pessoas de dentro do ônibus quiserem descer pra empurrar o que vamos fazer? Escolher só uma ou deixar todos que querem irem lá ajudar?

Guarde isso: Pessoas que realmente querem mudar algo não têm tempo pra perder com eleições.

Gandi nunca disse: "Povo da Ìndia, votem em mim que liberto vocês". Ele não tinha tempo pra perder em campanha. Com o povo votando ou não nele, ele foi lá e os libertou. Martin Luther King nunca disse: "Negros, votem em mim e lutarei contra o racismo". Ele foi lá e lutou pelos direitos de todos. Che nunca se candidatou. Ele foi lá e fez sua revolução.

Pessoas que realmente querem fazer algo, estão tão ocupadas em seus própositos que não tem tempo pra disputas.

Lula, Alckmin, Heloisa, e aquele idiota perto da sua casa que se candidatou a deputado estão lutando por isso: Salário, Regalia, Mamata, Poder e Status. E você é o imbecil que o ajuda a conseguir.

Aí você me diz: “Tá, mas o que você tem feito pra melhorar as coisas”. E eu respondo: “Você elege pessoas que ganham um salário alto pra melhorar as coisas. Porque está me cobrando? Eu não pedi o seu voto.”



Este texto foi postado por Danilo Gentili do CQC da Band:

http://danilozero.zip.net/arch2006-09-01_2006-09-30.html



Você concorda com ele? Deixe sua opinião.

Eleições 2010


Mais um ano de eleições em nosso país. Será que algo irá mudar? Será que neste ano teremos políticos melhores, com reais intenções para com o país? Ou melhor, será que este ano o povo saberá escolher? Será que corrupções e deslizes políticos serão lembrados? Temos que tomar novas atitudes, ainda há tempo de conscientizar as pessoas, é através do voto individual que os políticos são eleitos. Valorizemos nosso voto.

Abraços.

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Big Brother Brasil, um programa imbecil"

O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".

Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra. São 25 demolidoras septilhas (estrofes de 7 versos). Só para dar um gostinho:

[]


Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

* * *

Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia.
É autor de um dos mais recentes e estrondosos sucessos da Internet, o cordel
Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas .
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Possui incontáveis trabalhos em jornais, revistas e antologias, com mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.



Comentem sobre o texto.

Abraços...

O CENTÉSIMO MACACO

Era uma vez...

Havia um arquipélago no Pacífico povoado apenas por macacos. Eles se alimentavam de raízes que tiravam da terra. Um dia, não se sabe porque, um desses macacos lavou as raízes antes de comer. Os outros o observaram, intrigados, e começaram a imitá-lo. Quando o centésimo macaco lavou a sua raiz, todos os macacos das outras ilhas começaram a lavar suas raízes antes de comer. E entre as ilhas não havia nenhuma comunicação aparente.

Essa história exemplifica uma teoria criada pelo fisiologista inglês Rupert Sheldrake, denominada teoria dos campos morfogenéticos. Ela diz que todo átomo, molécula, célula ou organismo que existe gera um campo organizador invisível e ainda não detectável por qualquer instrumento, que afeta todas as unidades desse tipo. Assim, sempre que um membro de uma espécie aprende um comportamento, e esse comportamento é repetido vezes suficiente, o tal campo é modificado e a modificação afeta a espécie por inteiro, mesmo que não haja formas convencionais de contato entre seus membros. Isso explica porque todos os macacos do arquipélago de repente começaram a lavar suas raízes, sem que houvesse comunicação entre as ilhas.

Se essa teoria for comprovada, as suas implicações são absolutamente fantásticas. Podemos pensar que, se repetirmos determinados comportamentos que consideramos importantes, como atitudes de preservação do meio ambiente, por exemplo, por um número suficiente de vezes, e se a quantidade de pessoas que assim procederem atingirem uma certa massa crítica, esse comportamento poderá ser desencadeado na população como um todo.

O inverso também é verdadeiro. Comportamentos indesejáveis, violentos, anti-sociais, podem ser abolidos se as pessoas deixarem de praticá-los. Ou podem contaminar toda a espécie, se um número razoável de indivíduos insistirem na sua prática. Isso nos remete a uma coisa simples, porém fundamental: a melhor forma de modificar o mundo, e as outras pessoas é modificar a nós mesmos.

Com a mudança do nosso comportamento e assumindo as atitudes que julgamos corretas e que queremos que sejam praticadas pelos outros estaremos contaminando quem nos vê, pelo exemplo, e quem não nos vê, e que está distante e sem comunicação conosco, pela ressonância que se estabelece entre o nosso campo morfogenético e o de todos os indivíduos semelhantes a nós.

Há uns dois ou três anos, esteve aqui em Natal um ator global, desses bonitos, jovens e famosos, e aceitou um convite nosso para dar uma oficina de teatro, num dos edifícios do campus universitário da UFRN. No dia do curso fomos para lá e quando estacionamos o carro, ele desceu e foi logo apanhando um copo de papel amassado que estava no chão.

E ao longo do caminho do estacionamento para o prédio, ele foi apanhando todo o lixo que encontrou pela frente. Sem dizer nada sobre aquilo que estava fazendo, conversando sobre teatro e outros assuntos, continuou apanhando o lixo e juntando num saco de plástico usado que também apanhou do chão. E quando chegamos no prédio, ele olhou em volta, procurou uma lixeira e depositou o que tinha recolhido.

E não falou nenhuma palavra sobre isso. Não disse: "- Precisamos preservar a Natureza!" ou "- A poluição está atingindo níveis incontroláveis!" ou " - Precisamos limpar o Planeta!". Não disse nenhuma dessas frases bombásticas e que não fazem efeito se não forem acompanhadas da ação.

O que ele fez foi somente a parte dele. Fez o que achava certo sem esperar que alguém fizesse primeiro, ou que todos fizessem também. Sem discurso ecológico, sem proselitismo, sem querer convencer ninguém de nada. Fez, e pronto. E valeu.

http://www.clotildenews.digi.com.br/monkey.htm

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Big Brother Brasil (BBB)



Este texto é de caráter informativo.
BBB 10 A Vergonha

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. .

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um artigo de Jabor, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
Autor desconhecido.

???


O que isso significa para você?